O ato de fumar está associado a alterações na qualidade vocal, irritações da laringe, câncer e outras alterações dos tecidos. Segundo a fonoaudióloga Bianca Sperb, a partir de determinado tempo, possíveis disfonias de origem orgânica ou psicológica são desenvolvidas no aparelho fonador do fumante. As disfonias geralmente são comuns e identificadas como alterações no trato vocal do indivíduo. O caso se torna bem mais grave quando é diagnosticado o edema de Reinke “Nesta situação o mau uso da voz relacionado ao excesso do cigarro faz com que a laringe e as pregas vocais se tornem amareladas, o que pode até mesmo causar um câncer de laringe.” alerta Bianca.
Em visita ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entramos em contato com Eduardo Martins, funcionário da Ouvidoria, que nos possibilitou conversar com alguns pacientes que sofrem da doença. É o caso de Marlene de Oliveira da Silva, 55, aposentada por invalidez, fumou por 30 anos, em 1999 foi internada e os médicos a informaram que tinha apenas 30% de capacidade pulmonar em 1 dos pulmões, devido a um efisema, o outro órgão se encontrava totalmente incapacitado, e sua única chance de sair do hospital, era participar de um projeto experimental como cobaia.
Doze pacientes foram selecionados e tiveram válvulas implantadas nos pulmões para possibilitar a entrada e passagem do ar. Dez anos depois, Marlene revela “Todos meus companheiros do projeto infelizmente já morreram, eu ainda estou viva, mas sempre quando sou internada para reparos, os médicos me dão seis meses de vida.” A qualidade de vida inexiste, para cada degrau a subir Marlene é obrigada a parar por alguns instantes para poder continuar, mas ela não se queixa “Agradeço todo dia por estar viva, se não fosse pelos médicos, não teria visto o nascimento do meu neto.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário